MySpace Layouts

sábado, 25 de dezembro de 2010

Voa, meu amor!

Escrever, alivia por instantes qualquer sentimento angustiante... meu sentimento agora é de vontade de gritar aos quatro ventos sobre como começou minha vida com meu namorado, meu primeiro amor e como sentirei sua falta. :')

Era 2005, Sorocaba, eu tinha 15 anos, saí da Escola Municipal Dr. Achilles de Almeida e fui estudar na Escola Estadual Aggêo Pereira do Amaral por ter ensino médio de manhã. Eu estava no 2º ano do ensino médio, entrei naquela sala denominada 3ºB, o melhor da escola (kkk). Tudo me chamou a atenção, eu escutava coisas ruins de escola estadual, mas aqueles alunos eram super alunos! Era difícil ver alguém desinteressado. No segundo dia de aula, em fevereiro de 2005, havia um moço que eu não tinha visto no primeiro dia de aula, ele tbm tinha 15 anos, porém com muita barba, apelidado de "Magrão". Era ele, meu amor! Em junho do mesmo ano começamos a namorar. Nunca conheci alguém tão inteligente, atencioso, carinhoso e cuidadoso. Sou uma quase mulher de sorte (quase mulher pq me sinto meio adolescente ainda revivendo o passado kkk)

Hoje é Natal! Estamos há 5 anos juntos e a cada dia ele me surpreende com coisas lindas. Criamos uma playlist e agora não tem mais volta, aquelas músicas são nossas músicas e elas serão mais constantes em casa! kkk

Sempre sonhamos juntos o nosso futuro, um ensinou muita coisa para o outro e já estou sentindo muita saudade da presença dele pois durante todo esse tempo nos vimos todos os dias, mas agora ele está terminando a faculdade e o que me angustia no momento é a dor da separação, estaremos juntos de coração mas ele pretende morar em Campinas e tenho certeza que não voltará mais pq ele é sensacional e vai conseguir o mestrado, doutorado e pós doutorado! O menino barbado que conheci, se tornou um homem maravilhoso mais barbado ainda e só lhe desejo ótimos vôos!

É isso, estou uns % mais aliviada por ter desabafado! (kkk)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Cantata Vozes de Natal - TV TEM


Dia 14 de Dezembroterça-feira às 19h no Pq. Campolim - Sorocaba!
Para este ano, está prevista a apresentação de corais de Sorocaba e Jundiaí que serão acompanhados pela Orquestra Filarmônica Jovem.

Os corais participantes são:

- CORAL INFANTIL MAGIA DO JARDIM NOVA ESPERANÇA E CORAL INFANTIL DO PARQUE DOS ESPANHÓIS.
- CORAL INFANTIL DO MOSTEIRO 
- CORAL PROF. ELOIR RODRIGUES
CORAL EBENÉZER
- CORO BOAS NOVAS
- CORAL ADULTO DO PROGRAMA MAIS CULTURA
MADRIGAL UNISO
- CORAL DIVINO EM CANTO
- CORAL MÃOS QUE CANTAM E ENCANTAM

Espero vcs hein!!
Bjos!! 

Drusila Marques



terça-feira, 23 de novembro de 2010

II Encontro da Regional Sudeste da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET

O tema do encontro é "Etnomusicologia, Ação e Conhecimento" e irá discutir experiências de pesquisa e reflexões teóricas em etnomusicologia, examinando-as também em relação com políticas públicas (de cultura, educação, saúde, turismo e outras) e com ações no âmbito da sociedade civil (incluindo ONGs e associações diversas).


A programação inclui:

27/11

(9h30m - 12h):Mesa I, com Elizabeth Travassos (UNI-RIO) e Samuel Araújo (UFRJ);
(14h - 16h30m): Mesa II, com Glaura Lucas (UFMG) e Rose Satiko (USP).


28/11

(10h - 11h30m): Sessão Plenária, para elaboração de relatório geral sobre as exposições e os debates;
(12h - 13h): Confraternização sonora.
As inscrições serão feitas no local:
Certificados mediante a inscrição

Sócio estudante R$ 10;

Sócio não-estudante R$ 20;
Não sócio Estudante R$ 15 e Não estudante e não-sócio R$ 30.


Evento: II Encontro da Regional Sudeste da ABET - "Etnomusicologia, Ação e Conhecimento".

Data: 27 e 28 de novembro.

Local: Centro de Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola. Endereço: Rua Conde de Bonfim, 824 - Tijuca - Rio de Janeiro (RJ).


Apoio: Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola e Associação Brasileira de Etnomusicologia.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Audições para NEW YORK, NEW YORK, o musical

Estão abertas até o dia 30 de Novembro de 2010 as inscrições para o espetáculo New York, New York – o musical
 Os ensaios serão realizados na cidade de São Paulo nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2011 com estréia prevista para o mês de Abril no Teatro Bradesco também em São Paulo onde o espetáculo deverá ser apresentado por cerca de 4 meses sendo 7 espetáculos por semana.
 Os testes serão realizados na cidade de São Paulo entre os dias 05 e 08 de Dezembro de 2010 em local e horários a serem informados apenas aos candidatos pré-selecionados através da análise preliminar dos currículos.
 As inscrições deverão ser feitas exclusivamente através da seguinte página na internet:
 ·       Não serão aceitas inscrições por outra via que não seja o site na internet. 
·       As inscrições encerram-se à meia-noite do dia 30 de Novembro impreterivelmente! 
·       Perguntas serão respondidas única e exclusivamenteatravés de e-mail no endereço:
  Obs: Pedimos a gentileza de não insistir, pois não responderemos dúvidas pelo telefone.
 Muito obrigado e boa sorte a todos!!
 Atenciosamente,
 A Produção
New York, New York –o musical

terça-feira, 16 de novembro de 2010

V ENABET - Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia

V ENABET - Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia
MODOS DE PENSAR, MODOS DE FAZER ETNOMUSICOLOGIA
Belém do Pará, 24 a 27 de maio de 2011

Site oficial do evento: 
http://www.venabet.ufpa.br/

Inscrições online: http://abetmusica.org.br/venabet/

DATAS!

Abertura inscrições: 22/10/2010Prazo para envio dos trabalhos: até 23/11/2010Previsão de envio das respostas aos selecionados: 05/01/2011Prazo para revisão dos trabalhos selecionados: até 31/01/2011

Apresentação


A ABET – Associação Brasileira de Etnomusicologia – foi fundada em 2001 no âmbito do 36º Congresso Mundial do International Council for Traditional Traditional Music (ICTM), associação acadêmica internacional no campo da Etnomusicologia e órgão consultivo da UNESCO. Esse campo científico vem se expandindo mundialmente e também no Brasil, graças à nossa reconhecida diversidade cultural, algo que se reflete na procura e incremento de atividades de formação profissional e de pesquisa em Etnomusicologia na Pós-graduação, Graduação e Extensão. Este movimento tem fortalecido gradualmente a representatividade da ABET.
Pesquisadores, professores universitários, estudantes de Pós-graduação e Graduação constituem as principais categorias de participantes dos Encontros bi-anuais da ABET, que conta com um número atual de cerca de 200 sócios.
Colocando em debate perspectivas de diferentes regiões e Instituições de ensino e pesquisa brasileiras, em cotejo com perspectivas selecionadas das Américas, da Europa e da África providas por pesquisadores estrangeiros convidados, o V Encontro da ABET se propõe a ser um fórum de reflexão cientifica sobre o estado atual do conhecimento do campo, das relações entre ética de pesquisa e a pesquisa de campo, permitindo assim traçar diretrizes institucionais mais amplas que otimizem a contribuição da Etnomusicologia nos debates sobre a diversidade cultural no país e suas condições de inclusão educacional e social.
O campo da Etnomusicologia tem-se projetado nacionalmente através de Programas de Pós-graduação em Música e Antropologia, mantendo ainda grande visibilidade em outras áreas humanísticas como História, Comunicação Social, Sociologia e Filosofia. A temática do quinto encontro propõe um balanço deste fluxo interdisciplinar de produção acadêmica, buscando ampliar as formas de cooperação já existentes entre pesquisadores e programas de PG, consolidando principalmente a sub-área de Música e a grande área de Artes no panorama da Pós-graduação brasileira.
A criação de novos núcleos de Pós-graduação em Artes e Música, com o apoio imprescindível do conhecimento acumulado pela área de Etnomusicologia, reflete a necessidade do debate acadêmico envolvendo culturas musicais no/do Brasil, bem como a importância da promoção qualitativa da discussão pública sobre a música no país, especialmente em torno das políticas públicas que interferem na prática musical sob quaisquer dos seus aspectos: criação, circulação e performance.
A vinda do ENABET para a Amazônia, e de modo especial para Belém do Pará, decorre de um conjunto de demandas regionais e locais, a exemplo da profusão de pesquisas com enfoque etnomusicológico no âmbito do Programa de Pós-graduação em Artes (PPGARTES) da Universidade Federal do Pará (UFPA), bem como da criação de grupos e linhas de pesquisa em Etnomusicologia nesta Instituição e também na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Reflete ainda o espírito colaborativo entre seus professores-pesquisadores, no sentido da união de esforços em prol da consolidação do campo de conhecimento da Etnomusicologia no Norte do Brasil.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ópera Carmen, de Georges Bizet

Ópera Carmen, de Georges Bizet, terá única apresentação em Tatuí


Espetáculo reúne cantores, músicos e bailarinos, dia 13 de setembro, no teatro ‘Procópio Ferreira’; ingressos serão trocados por alimentos não-perecíveis.

O teatro “Procópio Ferreira”, do Conservatório de Tatuí, recebe na segunda-feira, dia 13, apresentação da ópera “Carmen”, espetáculo baseado na ópera homônima de Georges Bizet, uma realização do Governo de São Paulo. A apresentação terá ingressos trocados por alimentos não-perecíveis que, posteriormente, serão entregues ao Fundo Social de Solidariedade de Tatuí. A direção cênica é de Cleber Papa e no elenco estão nomes como os de Cláudia Riccitelli, Leonardo Pace, Miguel Geraldi, além de um corpo de balé e músicos.
“Carmen” é o segundo espetáculo da série “Ópera Contada e Cantada” realizado pelo Governo do Estado de São Paulo por meio da Coordenação de Fomento da Secretaria de Cultura. “Desde 2009, vimos trabalhando na série que já apresentou ‘Madame Butterfly’. A série apresenta espetáculos que narram a história de ópera famosas sempre a partir do ponto de vista de um dos personagens”, comenta ele. “No caso de Carmen, a história é narrada por Lillas Pastia, proprietário da taverna onde se reúnem os contrabandistas; por Micaela, por Dom José e pela própria Carmen. Tudo acontece em Sevilha e, na nossa narrativa, na taverna atual, seis gerações depois, uma vez que tudo se passou em 1820”, complementa.

Carmen é um clássico. A ópera foi criada por Georges Bizet a partir de um conto de Prosper Merimée. A história se passa em torno da cigana Carmen que conquista Dom José, namorado de Micaela, obrigando-o a deixar os Dragões Reais onde era tenente e juntar-se aos contrabandistas. Como o tenente Dom José fica em dúvida entre a Guarda Real e a vida de aventuras com a cigana, esta o troca por Escamillo, o mais famoso toreador de Espanha. A trama se desenvolve com ares de grande drama, de intensas cores românticas e tudo isto reunindo as peças da ópera, o conteúdo do conto original, o libreto e uma dose de liberdade criativa que torna o espetáculo uma obra original, com pouco mais de uma hora de duração.

“Este formato permite a quem conhece a ópera divertir-se com a qualidade do elenco, ouvindo música de excelente padrão e quem não está acostumado com o gênero tem uma perspectiva de contato com a obra, numa linguagem ágil, fácil, com legendas traduzindo as letras para o português. Reunimos cantores que integram a elite do canto no Brasil, três músicos, bailarinos, um ator, além de cenários, figurinos e um projeto de iluminação que, temos a certeza, serão do agrado do público”, diz o diretor Papa.

Carmen integrou a Virada Cultural Estadual e vem sendo apresentada em várias cidades do interior do Estado de São Paulo. No elenco estão Magda Paino e Laura Bartoli (mezzosopranos que revezam-se no papel de Carmen), a soprano Cláudia Riccitelli (no papel de Micaela), o barítono Leonardo Pace (nos papéis de Lillas Pastia e Escamillo) e o tenor Miguel Geraldi (no papel de Dom José). O elenco de “Carmen” traz ainda o ator Airton Renô. O espetáculo conta com coreografias de Deborah Nefussi, design de luz de Wagner Pinto e direção de produção de Rosana Caramaschi.

SERVIÇO

CARMEN – ÓPERA CONTADA E CANTADA

Segunda-feira, 13 de setembro – 20h30

Teatro Procópio Ferreira

Rua São Bento, 415
Recomendado para maiores de 12 anos
Ingressos: 1kg de alimento não perecível (exceto sal)
Informações: 15 3205-8444

 www.conservatoriodetatui.org.br

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Cirque du Soleil ® é uma importante organização, sediada em Montreal, Canadá, que oferece entretenimento artístico de alta qualidade. A empresa conta com mais de 4 mil empregados vindos de 40 países diferentes, incluindo mais de 1.200 artistas. O Cirque du Soleil trouxe encantamento e alegria a cerca de 90 milhões de espectadores em mais de 200 cidades nos cinco continentes.


Você é MÚSICO PROFISSIONAL e procura um novo lugar para a sua paixão? O Cirque du Soleil está oferecendo oportunidades de carreira para instrumentistas e cantores! Se você sabe trabalhar em equipe, tem a mente aberta, e está pronto para viver uma nova aventura, talvez exista um lugar para você em um dos nosos 21 espetáculos atuais ou nos outros que estão por vir! Nos nossos espetáculos, a música é tocada ao vivo, com composições originais, que foram cuidadosamente selecionadas para acompanhar cada ato. Nossos músicos devem estar sempre preparados para reagir ao imprevisível das performances ao vivo, fornecendo um acompanhamento contínuo da ação no palco. Incluindo todos os espetáculos o Cirque du Soleil emprega atualmente 142 instrumentistas e 45 cantores.



O CIRQUE DU SOLEIL ESTÁ A PROCURA DE:



CANTORES

(Tipos de vozes: Soprano, Mezzo, Tenor e Contra tenor.

Estilos: Lírico, Rock, Soul/R&B, Gospel, Pop e Étnico)



MAESTROS INSTRUMENTISTAS

(Músicos que tem capacidade de dirigir e tocar simultâneamente)



INSTRUMENTOS DE TECLADO

(Piano, teclados e acordeão)



INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO

(Bateria e percussão: Clássica e popular)



INSTRUMENTOS DE CORDA

(Violino, violoncelo, guitarra, baixo elétrico e acústico,

viola da gamba e multi-instrumentist as)



INSTRUMENTOS DE SOPRO

(Saxofone, trompete, trombone, oboé, flauta doce,

fagote e multi-instrumentist as – sobretudo saxofonistas /tecladistas)


QUALIFICAÇÕES EXIGIDAS PARA OS INSTRUMENTISTAS



 Muito boa técnica em um ou vários instrumentos



 Excelente interpretação de diversos estilos musicais (clássico, pop, rock, jazz e internacional) ; ou seja, a capacidade de combinar todos os gêneros e estilos



 Musicalidade e excelentes habilidades em improviso



 Boa presença de palco



 Para os Maestros: grandes conhecimentos musicais, sólida liderança, conhecimentos tecnológicos e capacidades de gestão

QUALIFICAÇÕES EXIGIDAS PARA OS CANTORES



 Exelente técnica vocal e bastante experiência profissional



 Versatilidade; ou seja, a capacidade de combinar vários gêneros e estilos



 Forte presença de palco



 Musicalidade



PARA MAIS INFORMAÇÕES VISITAR OS SEGUINTES LINKS:



Instrumentistas - Inscrever-se Online: http://bit.ly/ c39H3k

Cantores - Inscrever-se Online: http://bit.ly/ 9hULm5

Ambiente de trabalho: www.cirquedusoleil. com/pt/jobs/ casting/work. aspx

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Encontro Nacional dos Estudantes de Arte – ENEARTE

O Encontro Nacional dos Estudantes de Arte – ENEARTE realizado anualmente pela Federação Nacional dos Estudantes de Arte – FENEARTE, reúne artistas de todo Brasil numa mostra que expõe toda a diversidade cultural que compõe nosso país. Também é espaço para a troca do conhecimento e novas experimentações envolvendo profissionais e estudantes de arte. Neste ano o evento acontece na histórica cidade de Ouro Preto-MG que é o maior sítio preservado da arquitetura barroca além de reunir diversas expressões da arte. Em 2010 contamos com o apoio da Universidade Federal de Ouro Preto, para a realização das atividades.
Vamos promover o diálogo entre as diversas linguagens artísticas – circo, teatro, dança, música, museologia, literatura, audiovisual e artes visuais – como forma de fomentar a arte no nosso país em vários aspectos, através de debates e trabalhos que integrem a arte com a educação, a sociedade, a política, o meio ambiente, entre outros. O encontro contará com oficinas, palestras, plenárias, mostras artísticas, grupos de discussão, banners de projetos científicos e ato público ao final do evento.
Em uma semana a cidade de Ouro Preto será palco para os diversos projetos e manifestações artísticas de todo canto do país. Esperamos que os sete dias de evento sejam repletos de atividades intensas e interessantes para o público que irá acompanhar essa efervescência artística. Inscreva o seu projeto, mostre a sua cara e vamos fazer o maior encontro das artes acontecer!


http://www.enearte.ufop.br/joomlasite/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=10

terça-feira, 29 de junho de 2010

Música: Emoção Universal?

Estudo conclui que reconhecimento de emoções na música independe de influências culturais


Uma música que soa alegre para brasileiros também seria percebida assim por japoneses? E uma marcha fúnebre tocada nos Estados Unidos pareceria triste na Índia? Estudo recente sobre percepção musical investigou quais aspectos são universais e quais se desenvolvem com a exposição a uma cultura musical específica. Os resultados da pesquisa, publicada na revista Current Biology, revelam que a capacidade de reconhecer emoções básicas na música é universal e independe de influências culturais.
Ao longo da história da civilização humana, em diferentes culturas, os povos produziram e se encantaram com a música. Em culturas ocidentais, a capacidade de uma determinada música de evocar emoções é condição fundamental para que seja apreciada. Essa característica não é necessariamente observada em todas as culturas. Em algumas delas, a música teria outras funções, como a de coordenação grupal em rituais, deixando em aberto a questão da universalidade no reconhecimento da ‘emoção’ na música, bem como na sua apreciação.
Para esclarecer essas questões, Thomas Fritz, do Departamento de Ciências Cerebrais e Cognitivas Humanas do Instituto Max Planck (Alemanha), e colegas realizaram um estudo no qual o tipo de música a ser apresentado fosse completamente desconhecido para o ouvinte. Esse pré-requisito foi essencial, pois a mera exposição ocasional a um tipo de música (por exemplo, ao se assistir a um filme ou se ouvir rádio) pode levar ao aprendizado daquele tipo de som.
Na primeira etapa do estudo, os pesquisadores investigaram a habilidade dos participantes de identificar as três emoções básicas/inatas (alegria, tristeza e medo) expressas na música ocidental. Foram selecionados participantes que pertenciam à etnia Mafa, que, juntamente com outros quase 250 grupos, compõe a população de Camarões. Eles vivem no extremo norte da montanha de Mandara, área culturalmente isolada devido à alta prevalência de doenças endêmicas. Além disso, muitos de seus habitantes têm um estilo de vida tradicional (por exemplo, sem energia elétrica), nunca tendo sido expostos à música ocidental. Esse grupo torna-se, portanto, o candidato ideal para investigar a universalidade no reconhecimento da emoção na música.

Expressões faciais
Tanto os nativos africanos (população Mafa) quanto os participantes ocidentais ouviram a excertos de música ocidental (curtas peças de piano). Os indivíduos deveriam selecionar entre três expressões faciais representativas de emoções (alegria, tristeza e medo) a que melhor representasse a emoção expressada pela música. As expressões faciais estavam apresentadas em fotografias extraídas de um catálogo elaborado pelo psicólogo norte-americano Paul Ekman.

A utilização dessa metodologia como instrumento para medir emoções vem de estudos da década de 1970 que mostraram que o reconhecimento de algumas emoções nas expressões faciais é universal e, portanto, biológico em sua origem, como antecipado um século antes pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). Nos estudos conduzidos por Ekman, membros de uma cultura isolada (na Papua-Nova Guiné) identificavam corretamente as emoções nas expressões faciais de pessoas de outras culturas.

Na primeira fase do experimento, Fritz e colegas mostraram que o percentual de reconhecimento correto de cada emoção para o grupo étnico (Mafa) – que desconhecia a música ocidental – foi acima do nível da chance, à semelhança dos participantes ocidentais. Isso indica que algum aspecto da música ocidental (como o ritmo, por exemplo) contém informação de caráter emocional que possa ser reconhecido universalmente e transcenda os limites culturais. Segundo os pesquisadores, “esse reconhecimento pode ser comparado ao também universal reconhecimento de expressões faciais ou da entonação que usamos ao falar”.
Na fase seguinte, um experimento foi conduzido para avaliar a apreciação musical. Estudos anteriores já haviam mostrado que ocidentais percebem uma música como mais agradável quando ela é consonante (harmônica). Agora, os pesquisadores quiseram investigar se membros da tribo Mafa também julgariam uma música como agradável se ela fosse consonante.
Cada participante ouvia excertos de música instrumental original de cada cultura (Mafa e ocidental) e também excertos das mesmas músicas modificadas espectralmente (ou seja, com seus sons originais alterados). A música Mafa foi obtida de rituais em que se tocam flautas originais da região. Já a música ocidental foi representada por uma do tipo dançante.

Menos agradável
Os resultados mostraram que ambos os grupos de participantes (Mafa e ocidentais) julgaram a música dissonante (modificada espectralmente para tornar-se desarmônica) como menos agradável que as músicas originais, de ambas as culturas. “É provável que a dissonância sensorial produzida pela manipulação espectral influencie universalmente a percepção do quão agradável é uma música”, escreveram os pesquisadores.



Assim, o estudo representa mais um passo na compreensão dos aspectos universais, imunes às influências culturais que nos fazem gostar ou não de uma música e automaticamente reconhecê-la como alegre ou triste.



Os achados fomentam o debate da compreensão da música como ‘linguagem’ – ou seja, como um traço universal humano em contraposição a uma invenção cultural –, fornecendo pistas dos aspectos inatos e dos fundamentos biológicos da música.

Colaboradores:
Izabela Mocaiber e Eliane Volchan

Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho,

Universidade Federal do Rio de Janeiro


Letícia de Oliveira e Mirtes Garcia Pereira

Departamento de Fisiologia e Farmacologia,

Universidade Federal Fluminense



Fonte:http://cienciahoje.uol.com.br/145138

domingo, 20 de junho de 2010

Classificação Vocal

Você, provavelmente, já está familiarizado ou, pelo menos, já ouviu falar em termos como: Soprano, Contralto, Tenor e Baixo. São as vozes de uma forma de composição bem conhecida: o coral, cujo nome também, popularmente, representa o grupo de pessoas que executa a tal composição (pode-se chamar, mais corretamente, o grupo de coro).

Mas estas não são as únicas possibilidades de classificação das vozes.

Vamos, em primeiro lugar separar as vozes em agudas, médias e graves.

A voz aguda feminina é o Soprano e a masculina é o Tenor. São as vozes encontradas com maior abundância no Brasil.

A voz média feminina é o Meio-soprano (ou Mezzo-soprano) e a masculina é o Barítono. Também são encontradas no Brasil, mas bem menos em relação às vozes agudas.

A voz grave feminina é o Contralto e a masculina o Baixo. São vozes raras no Brasil. O Baixo ainda encontramos, mas o Contralto verdadeiro é raríssimo e tem partituras interpretadas por Mezzo-sopranos Dramáticos (ver mais abaixo). A maioria dos coros tem de valer-se de Barítonos para cantar a linha dos Baixos dos corais. Por outro lado, a Rússia é um exemplo de abundância em vozes médias e graves, notório em seus coros, por outro lado são escassas as vozes ligeiras (sobre as quais falaremos mais abaixo).

Faço aqui um parêntese para um esclarecimento vital. Todos nós já nascemos com um tipo de voz. Nossa voz é o resultado de várias características físicas que herdamos de nossos pais. Por isso, é impossível um Tenor "desenvolver" uma voz de Barítono. Vai, sim, desenvolver sérios problemas vocais se tentar. Deus fez você com esta voz. É um presente dEle a você. Não "fabrique" uma voz que não é a sua. Vai estragar sua voz. E esta, nesta vida, é uma só.

Agora atente para a subdivisão das vozes:

Vozes femininas:

O Soprano Ligeiro: é o chamado 1º Soprano, que tem por característica uma voz de volume menor, mas que alcança notas muito agudas, além de ter facilidade para cantar notas com ritmo rápido (volaturas). Referências: Joan Sutherland(*), Kathleen Battle(*), Sumi Jo(*);
O Soprano Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências: Renata Tebaldi(*), Victoria de Los Angeles(*).
O Soprano Lírico: de voz mais cheia, também possui maior volume. É também chamada de 2ºSoprano. Referências: Kiri Te Kanawa(*), Mirella Freni(*), Renata Scotto(*);.
O Soprano Dramático: raro e de sonoridade peculiar, é o soprano mais grave. Normalmente tem grande extensão e desenvolve grande volume. Referências: Jessie Norman(*) (polêmica classificação, pois alguns a consideram Mezzo-soprano Lírico).
O Mezzo-soprano Lírico: é também chamado em alguns lugares de Mezzo-soprano Ligeiro, pois apesar do timbre grave, assim como o Soprano Ligeiro, tem boa agilidade para volaturas (venho ressaltar que alguns classificam distintamente o Mezzo lírico do ligeiro). Referências: Tereza Berganza(*)
O Mezzo-soprano Dramático: de grande extensão, timbre escuro e bem grave, muitas vezes canta também partituras de Contralto solo, o que pode ocorrer com mais freqüência com o abaixamento natural da voz ao passar os anos. Referências: Olga Borodina(*);
O Contralto: como já dissemos, é raro no Brasil. Tem timbre muito escuro e, até pela pouca oportunidade de se ouvir, impressionante. Tem poucos papéis em ópera, a maior parte do repertório está na música barroca e nas obras do séc. XX. Referências: canto lírico: Kathleen Ferrier(*).
Algumas mulheres, devido a problemas hormonais ou disfunções do aparelho fonador, adquirem uma voz atenorada. A extensão destas vozes é bem curta (às vezes, de no máximo uma oitava) dificultando o desenvolvimento no trabalho de técnica vocal.

É também importante mencionar a corrente moda que supervaloriza a voz grave feminina. A situação, embalada ao som da música comercial, está crítica, causando confusão no referencial das pessoas. Além de classificações erradas (Sopranos classificados como Mezzo-sopranos e, pasmem, como Contraltos), temos uma atitude prejudicial tanto à saúde quanto à estética da voz, com o incentivo de se cantar só na sua região grave e, na maioria das vezes, forçando muito. Seja ela Contralto, Mezzo-soprano ou Soprano, a voz tem uma tessitura grande, e uma composição agradável e de bom senso estético a utiliza como um todo. É ridículo legar à voz feminina, seja ela de que tipo for, uma região ínfima que não passa de poucas notas no grave. Vozes graves também tem agudos bonitos se bem colocados tecnicamente.

Vozes masculinas:

O Contratenor: é atualmente a voz masculina que treina tecnicamente o falsete para cantar como Contralto. Comum em coros mistos e masculinos europeus que interpretam, principalmente, música dos períodos Renascentista (séc. XVI) e Barroco (do séc. XVII à primeira metade do séc. XVIII). Na liturgia católica não havia canto congregacional (até meados do séc. XX). A música era executada por coros masculinos. Por este motivo usavam-se meninos (os famosos sopraninos e contraltinos), os falsetistas e os castratti(***). O uso de coros apenas masculinos perdurou na liturgia após a reforma protestante. A mulher só participava do canto congregacional (todos os fiéis cantando juntos), reintroduzido por Lutero. Referências de Contratenores (falsetistas - cantando como contraltos) no canto lírico: Andreas Scholl(*), David Daniels (*).
O Tenor Ligeiro: também conhecido como 1o Tenor é a voz masculina natural mais aguda, também com facilidade para volaturas. Referência: Juan Diego Florez(**), Niccolai Gedda(*), Salvatore Licitra(*);
O Tenor Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências: Enrico Caruso(*), Franco Corelli(*).
O Tenor Lírico: voz mais rica em harmônicos que a anterior, tem o timbre mais cheio. É também chamado de 2o Tenor. Por erro ou, às vezes, por causa do repertório operístico, alguns Tenores Líricos são chamados de Dramáticos. Referências: Mario Lanza(*), Plácido Domingo(*);
O Tenor Dramático: assim como o Soprano Dramático desenvolve grande volume, e é mais raro no Brasil. É o Tenor mais grave. Quando intérprete de óperas do Romantismo Germânico (R. Wagner, R. Sttraus) é chamado de Heldentenor (diz-se: réldentênor) ou Tenor Heróico. Referências: Lauritz Melchior(*), Wolfgang Windgassen(*).
O Barítono Lírico ou Barítono Central: é comum como terceira voz em quartetos masculinos de música cristã. É importante salientar que alguns Tenores Dramáticos e Líricos podem ser classificados como Barítonos, devido a alguma dificuldade na identificação do timbre. O bom professor, com o desenvolver da técnica do aluno, corrige a classificação e redireciona o trabalho. Isto ocorreu com o conhecido Tenor Plácido Domingo (dos "Três Tenores"), classificado como Barítono, a princípio. Referência: Thomas Hampson (*);
O Barítono Dramático: de voz bem grave e volumosa, é também chamado de Baixo Cantante ou Baixo Barítono (de acordo com o repertório operístico). Muitos dos Baixos de quartetos masculinos de música cristã são, na verdade, Barítonos Dramáticos. Referências: Bryn Terfel(*) e (**);
O Baixo: tem o timbre bem escuro e potente. É raro mas encontra-se no Brasil. Referências: Gottlob Frick(*);
O Baixo Profundo: timbre escuríssimo, voz potente, impressionante, e muito rara no Brasil, é encontrado com maior facilidade em países eslavos (Rússia, Ucrânia, Letônia, etc.) Referência: Martti Talvela(*).

--------------------------------------------------------------------------------

Para referências auditivas com vozes treinadas acesse os sites:

(*) www.epdlp.com/musica.php (site em espanhol, fácil de entender), clique em "cantantes" e selecione os cantores sugeridos neste artigo com:(*) para conhecer seu timbre em uma gravação e um pouco de sua história (o site dá algumas classificações equivocadas no histórico. Siga as informações deste artigo que foram conferidas com bastante cuidado e esmero com professores de confiança).

(**) www.handelmania.com/21st.htm (site em inglês) clique na foto do cantor sugerido neste artigo com: (**) e ouça uma gravação para conhecer o timbre.

(***) Os Castratti: eram os homens que eram castrados quando meninos, antes da puberdade, para a preservação da voz aguda de soprano, mezzo-soprano ou contralto (quando mezzo-soprano ou contralto também chamado de contratenor) num corpo maior, conseqüentemente mais potente. Isso se devia ao fato de que não era permitida a participação da mulher nos serviços religiosos (ver parágrafo sobre contratenores), a não ser nos conventos femininos obviamente. Isso aconteceu a princípio por incentivo à uma vida celibatária em monastérios por parte da Igreja Católica (principalmente nos séc. XVI e XVII, e na sua maioria na Itália). Só depois veio a ser feito com intuitos musicais. No séc. XVII se tornaram muito populares também nas Óperas, pois demonstravam grande virtuosismo e técnica. Alguns se tornaram verdadeiras celebridades da época. O último Castratto de que se tem notícia foi Alessandro Moreschi (1858-1922)(*), cantor italiano do qual se tem o único registro fonográfico desse tipo de voz. Apesar da gravação muito antiga (1902) e do cantor estar longe tecnicamente da qualidade dos Castratti famosos, vale a pena conferir a gravação para se ter uma idéia do timbre.

Fonte: http://www.irmaos.com/musica/canto2.jsp

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Maratona de música clássica homenageia compositor Chopin


Compositor que influenciou várias gerações de músicos brasileiros.
Estátua do compositor na Praia Vermelha foi presente de poloneses no Brasil.

Começou no Rio a maratona anual de música clássica a preços populares: é o Rio Folle Journée 2010. Este ano o homenageado é o compositor Chopin. A obra do músico polonês é mais conhecida do que se imagina.

Para ver a programação do festival acesse:
http://www.riofollejournee.com/programacao

Há 200 anos, nasceu numa pequena cidade da Polônia , o compositor que influenciou várias gerações de músicos brasileiros, desde Ernesto Nazareh, até Tom Jobim. Frederic Chopin é o homenageado na série de 33 concertos do Rio Folle Journée, evento que ocupa cinco espaços da cidade, com músicos brasileiros e estrangeiros.

A lembrança de Chopin está na Urca, de frente para o mar, numa estátua de mais de dois metros de altura. A estátua na Praia Vermelha é uma resposta da comunidade polonesa e do Rio de Janeiro à intolerância do nazismo. Quando as tropas de Hitler invadiram Varsóvia, em 1939, e destruiram a estátua do compositor que existia naquela cidade, as famílias de origem polonesa instaladas aqui juntaram dinheiro e conseguiram apoio para fazer esta homenagem a Chopin.

Hoje ele continua recebendo homenagens do grupo movimento artístico da Praia Vermelha, que toda semana toca aqui, bem em frente à estátua. O repertório é sempre chorinho, um ritmo que também recebeu influências de Chopin. Basta sentir a melodia romântica em “Pedacinho do céu”, de Valdir Azevedo.

Para mais informações acesse:
http://www.riofollejournee.com/

Os Passos Para a Criação de uma Biblioteca Musical


Márcia Visconti[1]

Montar uma biblioteca musical requer atenção, pois esta atitude pode representar uma importante ferramenta para informar, motivar e fortalecer o repertório de alunos das mais variadas idades.

De acordo com Márcia Visconti, uma das pioneiras na metodologia de ensino em musicalização infantil, em primeiro lugar, a instituição precisa definir seu público alvo, para depois selecionar um acervo que deverá constar em sua biblioteca. Isso vale para escolas dos mais variados segmentos musicais e que atendam alunos de todas as faixas etárias.

Márcia Visconti afirma que para se montar uma biblioteca musical não é necessário uma quantidade exorbitante de publicações e de investimento. "O ideal é que se tenha em mente a qualidade dos volumes que estarão presentes na biblioteca. Eles devem ser úteis tanto para os alunos como para os professores", ressalta.

"É importante ter publicações relacionadas aos novos paradigmas para a educação musical, história da música e de seus variados gêneros, dicionários de música e livros voltados para o desenvolvimento da percepção rítmica e auditiva e para o aprimoramento das maneiras de trabalhar a harmonia das composições", diz Márcia Visconti.

A diversidade de assuntos é importante porque as artes, de um modo geral, fazem parte de um contexto único: a expressão. É muito proveitoso quando o aluno estuda uma música tendo em mente o contexto histórico, social e religioso que vigorava na época em que a obra foi escrita.

A professora também destaca a eficiência da adoção de recursos auditivos e visuais, como CDs e DVDs, na educação dos alunos. Com eles, é possível demonstrar exemplos e trechos de músicas que auxiliem o estudante a obter uma melhor assimilação do que é transmitido. Além disso, caso haja a possibilidade, a implantação de computadores é uma forte aliada para facilitar a localização do material desejado e possibilitar a interação com sites e buscadores disponibilizados na internet.

Para quem deseja obter acesso a grandes acervos musicais, Márcia destaca a biblioteca do Centro Cultura São Paulo, a Faculdade de Música da Unesp e a Faculdade Santa Marcelina.

Confira abaixo algumas sugestões de livros para a formação de uma biblioteca musical:

Como ouvir e entender música - Aaron Copland

A música no tempo - James Galway

A história universal da música - Kurt Pahlen

Tratado de la forma musical - Julio Bas

A história do musical americano - David Ewen

A Educação Musical e o novo paradigama - Moema Craveiro Campos

O som e o silêncio - José Miguel Wisnik

Estudos de psicopedagogia musical - Violeta Gainza

Iniciação Musical dos Jovens - Madeleine Gagnard

Chega de Saudade - Ruy Castro

O lobo no labirinto - Marisa Trench de Oliveira Fonterrada

Ouvido Pensante - Murray Schafer

Harmonia Tradicional - Paul Hindimith

Harmonia Funcional - H. J. Koellreuter

Solfejo - curso elementar - Edgar Willems

Las bases psicológicas de la educación musical - Edgar Willems

Percepção Auditiva: Ouvir - Escutar - Entender - Maria Zeí Biagioni

Guia do Mercado Brasileiro de Música – Marinilda Bertolete Boulay

Música, Cérebro e Êxtase – Como a música captura nossa imaginação – Robert Jourdain

Harmonia e Improvisação (violão, guitarra, baixo e teclado) – Almir Cnediak

Curso Condensado de Harmonia Tradicional – Paul Hindemith

Interpretação da música – Thurston Dart

História da Música no Brasil – Vasco Mariz

História Social do Jazz – Eric J. Hobsbawn

Dicionário Musical de Bolso – Hal Leonard

O que é ser maestro - Isaac Karabtchevshy

Criança normal: Musicista em Potencial

Fanfarras & Bandas: A Arte de Fazer Músicos

Guia para Educação e Prática Musica – Márcia Visconti e Maria Zei Biagioni

A Canção no Tempo (Vol. I e II) – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello

Vida de Músico não é Fácil – Bohumil Med

--------------------------------------------------------------------------------

Nota:

[1] Márcia Visconti é professora de Iniciação Musical para bebês e gestantes e de musicalização infantil para crianças maiores no Forte das Artes. Também atua como coordenadora de Educação Musical dos CEUs pela Associação Vitta e há 22 anos dedica-se à Educação Musical.


--------------------------------------------------------------------------------

Fonte: www.weril.com.br

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Música na Cerimônia Nupcial na Igreja


A música executada nas cerimônias nupciais em nossas igrejas revela grande disparada de opiniões. Parece haver pouco consentimento neste assunto. Cada pastor e cada congregação tem sido livres para conduzir esta política em seus domínios. Não é com o objetivo de alterar este controle que procuro apresentar estas sugestões, mas é na esperança de que se possa melhorar a norma geral no que tange às músicas executadas nas cerimônias de casamento.

Sem dúvida todos concordam que em nossos templos se devem executar exclusivamente música sacra ou de caráter religioso em qualquer serviço que nele se realiza. A igreja é consagrada à adoração de Deus, e não se coaduna com a sacralidade da igreja o executar música nitidamente secular num lugar de culto.

Muitos não entendem essa distinção entre música secular e sacra quando se propõem a executar. Pelo fato de a música ser abstrata e livre de palavras, muitos não são capazes de discernir as melodias secular e sacra. Um musicista desenvolvido reconhecerá que há estilos e espécies de músicas apropriadas para a igreja. Algumas músicas têm índole religiosa, e pelo seu caráter são adequadas para cerimônias religiosas. Outras, no entanto, são decididamente de caráter secular pela própria natureza.

Ora, não é senão apropriado que a música para a cerimônia nupcial deva vir sob a classificação de música sacra. Deve ser música que se associa com a religião. Deve ser livre de índole secular.

A cerimônia nupcial pode ser vista sob vários aspectos. O jovem casal inclina-se a ser absorvido pelo amor romântico que atrai um ao outro. Em si mesmo, isto pode ser belo. Há então a sacralidade da união de duas vidas. Este é o ponto de vista da igreja que deve realizar a cerimônia de pedir a benção de Deus sobre a união. É o lado religioso da ocasião. É séria, solene, dignificada e deve estar em consonância com a natureza religiosa da igreja. Há também o lado social de uma celebração nupcial, quando os amigos do casal lhes desejam felicidade e gozo na vida em comum. Estes votos geralmente se expressam numa recepção que se segue à cerimônia.

Algumas vezes as cerimônias matrimoniais demonstram uma completa falta de entendimento dos vários aspectos de uma celebração, e o serviço na igreja se torna uma confusão do secular com o sagrado. As manifestações românticas do casal devem ser feitas em local reservado e não publicamente diante dos convidados. Um longo abraço e um beijo no final da cerimônia são sentimentais e de muito mau gosto em público. Os verdadeiros amantes não precisam exibir-se desse jeito numa cerimônia.

Hinos e Canções

Canções de amor, muitas delas tradicionais, são na maior parte seculares por natureza, e realçam o lado romântico e secular do amor. É melhor que sejam omitidos numa cerimônia de igreja, mas podem ter lugar na recepção posterior. Na cerimônia devem-se cantar cânticos religiosos que falem da guia de Deus e peçam sua benção para o ato.

Música Instrumental

A música instrumental deve ser toda de natureza religiosa. Um programa curto antes da cerimônia constituído inteiramente de música religiosa própria para ser executada na igreja. Mesmo as marchas tradicionais são presentemente questionáveis por muitos, mas há outras marchas processionais que se podem adaptar a esse fim. As marchas processionais não soam da mesma forma que marchas comuns, não são "ligeiras", mas sim solenes e proporcionam a reflexão. E ao som de um processional a pessoa não precisa andar ao compasso da música; não precisa marchar, mas andar. Os coros e os processionais acadêmicos são muito eficientes quando os participantes andam vagarosamente, sem procurarem o passo militar. Assim a marcha processional na cerimônia de casamento pode ser bela e eficiente quando as pessoas adentram o santuário numa procissão ordenada do toque de um hino ou outra música sacra.

Conquanto a noiva tradicionalmente tem a iniciativa de planejar a cerimônia, deve ser orientada pelo pastor e pelo organista no organizar a cerimônia na igreja. Deve ela seguir o conselho, a fim de que seu casamento possa estar em concordância com a sacralidade da igreja. Há outros assuntos, além da música, em que o conselho e orientação do pastor devem ser seguidos. Tais como a ornamentação, tiragem de fotografias, etc. Para que nada fique destoante em relação ao sacro. Para que o sacro não se misture com o "fogo estranho" do profano.

Harold B. Hannum
--------------------------------------------------------------------------------

Fonte: Revista O Ministério Adventista, Maio - Junho 1959, p. 4.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Como Surgiu a "Música Cristã Contemporânea"


Um ex-baixista de uma famosa banda de rock revela a principal fonte da Música Cristã Contemporânea. Não é uma história muito agradável.

India, uma dançarina que excursionava com a banda de rock que eu participei no passado, caiu ao chão com um baque surdo. O cântico africano que estávamos tocando, havia produzido seu efeito. Ela agora estava convulsionando e espumando.

Após as convulsões e outros sintomas anormais, India respirou fundo e quedou-se imóvel. Alguns minutos se passaram; ela voltou a si, mas sem poder falar. Ela estava, aparentemente, em um transe. Pegou uma caneta e escreveu uma mensagem de alerta sobre a viagem que estávamos planejando.

Algumas vezes, quando tocávamos este cântico africano, após passar pelo mesmo quadro convulsivo, India voltava de seu transe falando com uma voz estranha e diferente da sua.

Conhecendo a forma que India reagia a este cântico africano, tocávamos a música apenas para nos divertirmos com as reações dela. Somente após me tornar cristão, foi que percebi dois fatos a respeito da experiência dela: primeiro, o quão sádicos nós fomos ao explorar a fraqueza dessa garota desafortunada, e segundo, o que India experimentava era uma possessão demoníaca.

Conforme estudei música e seus poderosos efeitos nas pessoas, minha atenção se voltou para os poliritmos (ou sincopes complexas) que eu costumava tocar com tanto entusiasmo. O estudo dos doutores Bird e Brekenridge (ver Adventists Affirm, Primavera 1998 pp. 17 e 18) revelou que os poliritmos típicos do Rock, Jazz e Blues e outros estilos desse tipo de música, causaram desordens nos neurônios de cobaias de laboratório. Mas o que o estudo não pôde revelar foram as implicações espirituais desse tipo de música.

A experiência de India não foi isolada. Milhares de pessoas tem sido vitimadas pela música polirítmica. A história revela que o uso de ritmos sincopados, com sua habilidade para alterar estado de consciência, descendem do Egito antigo. É no Egito antigo que os historiadores encontraram a origem da música de percussão sincopada e seus usos. Nos templos, os sacerdotes utilizavam intencionalmente síncopes complexas para induzir transes e outras perturbações[1].

Os primeiros percussionistas aprenderam a induzir respostas psicológicas, desde êxtases e alucinações até convulsões e estados de inconsciência.[2]

Essa forma de adoração pagã foi, com o passar do tempo, transportada para a África Central, onde fincou raiz em Duhomy, conhecido hoje como Republica Democrática do Congo.[3] Duhomy (ou Congo) se tornou o centro da religião vodu. Os participantes eram impulsionados pelas batidas rítmicas. Na dança do ventre, ombros, nádegas, barriga e tórax eram separadamente ou simultaneamente sacudidos ou contorcidos, ou movimentados de alguma forma.[4]

Através do comércio de escravos, essa música de adoração ao demônio, com sua batida ininterrupta, foi transportada para a ilha de Hispaniola, no Caribe. Ali, novamente, fincou raízes. Hoje, o vodu continua a ser praticado no Haiti, que ocupa o terço oeste da ilha de Hispaniola, e na Republica Dominicana, que ocupa o restante da ilha.

Com a continuidade do tráfico de escravos, esse ritmo foi levado para os Estados Unidos, e New Orleans se tornou o lar para o "rufar" dos tambores e a dança extravagante que o acompanhava. Os turistas brancos foram avidamente atraídos.

Ao mesmo tempo, enquanto os poliritmos egípcios estavam adentrando no sul da América, um outro tipo de música tinha estado a desbravar seu caminho através do Atlântico para o norte do país. Europeus brancos, desejosos de escapar da perseguição religiosa, trouxeram sua música para a Nova Inglaterra, juntamente com sua religião.

Mas a música branca era diferente. Enquanto a música pagã era baseada em poliritmos e dedicada à adoração de deuses demoníacos, os europeus trouxeram uma música composta de harmonia e melodia. Sua música melódica simples era usada para adorar o Deus verdadeiro.

A música cristã européia havia sido, por séculos, escrita e dominada pela igreja católica, que procurou alcançar a forma mais pura possível de música. A respeito da música católica a Sra White observou que "O culto da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante... O ouvido também é cativado. A música é excelente. As belas e graves notas do órgão, misturando-se à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas catedrais, não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência". O Grande Conflito p. 566.

A música cristã européia avançou em direção a oeste e sul dos EUA. Enquanto isso, no sul, a música para adoração vodu estava sofrendo uma mutação. Embora muitos escravos tivessem se tornado cristãos, outros escravos mantiveram suas crenças e práticas pagãs. Muitas de suas práticas pagãs foram oprimidas pelos brancos, mas seus ritmos continuaram a ser utilizados. Quando expostos à música branca, muitos destes escravos detestaram o que parecia a eles como uma música com carência de ritmo. Entretanto, essa exposição à música branca teve seu efeito. Com o passar do tempo, escravos e ex-escravos começaram a misturar a pulsação rítmica tradicional [da música pagã[*]] com a melodia e harmonia [da música cristã européia]. Esta mistura tomou forma própria e passou a ser conhecia como "gospel". Atualmente, o gospel está bastante envolvido com, e se tornou parte, da experiência espiritual negra americana.

No campo secular, os instrumentos de sopro europeus (oboé, clarinete, etc) começaram a produzir novos sons ao caírem nas mãos dos negros americanos. Esses novos sons eram freqüentemente criados como um grito contra a opressão [da escravidão] branca.

O poeta e escritor negro, LeRoi Jones, observou certa vez que os intérpretes [negros] faziam com que os instrumentos soassem deliberadamente "amusicais", o mais não-branco possível, numa reação à delicadeza e legitimidade que estavam se misturando a música instrumental negra.[5]

Desta nova transformação surgiram novos estilos musicais como o "rhythm", "blues" e "jazz". A música branca também passava por transformações no norte, onde as "big bands" introduziram novos ritmos aos salões de dança brancos. "Boogie woogie" e outras músicas similares se tornaram a ordem do dia. As mulheres eram arremessadas, rodopiadas e giradas, obedecendo a ditadura do tambor.

De volta ao sul, a nova, amalgamada, música negra geralmente estava restrita a distritos da "luz vermelha" [N.T. – Distritos de reputação duvidosa]; entretanto a Grande Depressão obrigou-a a subir o Rio Mississipi. Os artistas negros, impossibilitados de continuar a viver no sul, se mudaram para os distritos da "luz vermelha" no norte do país, especialmente em Saint Louis e Chicago.[6]

Na arena religiosa, o gospel começou a chamar atenção de alguns brancos. Pessoas como Elvis Presley, que costumava freqüentar apresentações de corais gospel de negros, ficou impressionado com o balanço do novo ritmo.[7]

Ao mesmo tempo, novamente no norte, um novo estilo musical estava surgindo. Em meados dos anos 50 o R&B (rhythm & blues) tornou-se bastante popular, não apenas entre os negros das cidades, mas também com os adolescentes e jovens brancos. Imediatamente, os músicos brancos adaptaram os métodos e o vocabulário do R&B aos seus próprios interesses. Em Chester, Pennsylvania, um grupo musical branco, chamado Bill Haley and the Comets (no qual toquei baixo elétrico por algum tempo), adotou o novo ritmo o que lhe rendeu o título de "O Pai do Rock and Roll". Impulsionado pelo filme "Blackboard Jungle", a versão de Bill Haley para "Rock around the clock" tornou-se instantaneamente um sucesso entre a juventude branca. Promovido por Allan Freed, disc jockey de Cleveland, Ohio, o novíssimo rock and roll tornou-se a norma entre a juventude americana. Ele se espalhou rapidamente para muitos paises, e, hoje, sua batida incessante é sentida mundialmente. Um tipo de música capaz de transcender a todas as culturas.

O Surgimento da "Música Cristã Contemporânea".

Durante a década de 50 e começo dos anos 60, muito dos músicos de rock que haviam crescido nos bancos da igreja incorporaram o novo estilo às suas performances. Sua música pseudo-religiosa, com suas batidas de fundo, foram introduzidas em canções seculares. A música "You saw me crying in the Chapel" cantada por Elvis Presley, "My Prayer" pelos Platters, "People Get Ready, There’s a Train That’s Coming" do grupo Impressions (cujo cantor principal era Curtis Mayfield, um cantor gospel de Chicago), e "He" dos Righteous Brothers, cada uma delas alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso. Mais tarde, "God Bless You, Please, Mrs. Robinson, Jesus Loves You More Than You Can Know", de Simon and Garfunkle, e "To Everything Turn, Turn, Turn"(baseado em Eclesiastes, capítulo 3) do grupo Birds, todas bastante populares, tornaram-se repertório de muitas boates e danceterias. Lembro-me de ter cantado ou tocado estas canções à noite, em bares, boates e danceterias cheias de fumaça de cigarro, bebidas alcoólicas e dançarinas de strip tease.

No começo dos anos de 70, um fenômeno bastante sinistro começou a acontecer. Uma enxurrada dessa musica pretensamente "religiosa" começou a aparecer dentro das igrejas cristãs. Embora seja verdade que os pentecostais já usavam música sincopada em seus cultos de adoração há algum tempo, produzindo reações não muito diferentes das obtidas pelos Egípcios antigos, o estilo de adoração pentecostal não era considerado aceitável pelas igrejas tradicionais. Entretanto, assim como o movimento carismático penetrou nas igrejas tradicionais, assim também ocorreu com a música pentecostal.

Por algum tempo a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi bem sucedida em manter essa "batida" fora de seus limites. A Conferência Geral agiu prontamente, publicando orientações para a seleção de música apropriada (ver Adventists Affirm, Primavera de 1998, pp. 59-64) [N.T.- Clique aqui para ver o documento emitido pela Conferência Geral]. Mas a besta bateu ainda mais forte na porta da igreja – e conseguiu uma maneira de entrar na igreja através do uso play-backs e através do apelo "cultural" dessa música.

Satanás é astuto. Ele sabia que a bateria usada no rock and roll não seria aceita no púlpito da igreja, ele a colocou lá através de um cassete/cd de play-back. Ele acostumou as pessoas ao seu som e finalmente atingiu seu objetivo de colocá-la fisicamente dentro do templo.

E, embora o termo "cultura" significasse refinar e enobrecer, Satanás fez com que ele passasse a significar tudo o que é rude e grosseiro, coisas que, sob as absurdas restrições do politicamente correto, ninguém pode julgar! Práticas estranhas, que a Bíblia condena como tradições vãs e idólatras, o que inclui a música usada para preparar pessoas para orgias nos templos [pagãos do Egito antigo], produzindo êxtase e alucinações oferecidas a deuses demoníacos, são agora chamadas de música de Deus, que ninguém é capaz de reprovar!

A música de Satanás "deu a volta por cima" – e foi assim que a Música Cristã Contemporânea chegou onde está hoje.

É uma cena nada agradável, não é?

Medite sobre isso - vendo sob a ótica do Grande Conflito entre Cristo e Satanás, será possível que seja apropriado adorar a Cristo usando a música de Satanás?

Tradução: Fábio Araújo Martins - Janeiro de 2005



Notas:

[*] Todos os termos entre [colchetes] são de autoria dos editores do Música Sacra e Adoração e não constam do original em inglês.

[1] Pennethorne Hughes, Witchcraft (Londres: Longman Green, 1965), p. 23; citado em Ismael Reed, Mumbo Jumbo (Nova Iorque: Doubleday, 1972), p. 191.

[2] Michael Segell, "Rhythmitism", Americam Health, Dezembro de 1988, pp. 19, 37.

[3] Marshall Stearn, The Story of Jazz (Nova Iorque: Oxford University, 1956), p. 20.

[4] Louis and Carol Torres, Notes on Music (St. Marie’s, ID: LMN Publishers, 1993), p. 36

[5] The Sun Herald (Australia), 19 de Março de 1989, p. 148.

[6] Andre Francis, Jazz (Nova Iorque: Grove Press, 1960), p.56.

[7] "How Blacks Invented Rock and Roll", Ebony, Janeiro de 1997, p. 56.

[8] William J. Shaffer, Rock Music (Minneapolis: Augsburg Publishing, 1972), p. 15.

[9] Veja Segell, "Rhythmitism", pp. 58-60.


Fonte: Adventists Affirm. Vol 13, Nº 1. Spring, 1999, pp. 17-20.

domingo, 16 de maio de 2010

Os Animais são Naturalmente Musicais?









Que tipo de música os macacos mais gostam? Se esta questão algum dia já perturbou você, junte-se ao ex-DJ de casas noturnas, obsessivo colecionador de gravações musicais e cientista da cognição Josh McDermott. Ele gastou 15 meses tentando responder a esta pergunta, através de testes com o Sagüi Cabeça de Algodão e outras espécies de sagüis comuns. Tentou perceber se os macaquinhos preferiam uma canção de ninar Russa bem tranqüila ou trechos de uma música Techno alemã chamada: Nobody Gets Out Alive (Ninguém Sai Dessa Vivo). Ele também ofereceu aos animais uma escolha entre canções de ninar instrumentais, uma canção de ninar cantada, um Concerto de Mozart, ou o silêncio. Ele ainda os sujeitou a uma massa de sons dissonantes, para testar a reação dos animais.

Você pode imaginar que macacos não são assim tão diferentes dos humanos, mas se pensa que eles possuem gostos musicais parecidos com os nossos, ficará surpreso com o que McDermott, agora situado na Universidade de Minnesota, Minneapolis, e o seu colega da Universidade de Harvard, Marc Hauser, descobriram. Certamente, você pode até compartilhar com os macacos a preferência pela canção de ninar flauteada, ao invés da "Nobody Gets Out Alive", que é uma metralhadora de percussão e efeitos sonoros sintéticos esquisitos. Mas a escolha deles, dentro de um espectro mais amplo de músicas suaves, é bem diferente. Diferentemente dos humanos e sua variedade de escolhas, os macacos sempre preferem o silêncio a qualquer tipo de música. O mais inexplicável de tudo é a descoberta de que os macacos não sabem as diferenças entre tons melódicos e vários sons dissonantes que, para a maior parte das pessoas, seriam considerados uma forma de tortura.

Essas experiências, dizem McDermott e Hauser, mostram que as motivações fundamentais encontradas pelos humanos na música, não existem nos macacos. Comentando as descobertas, Isabelle Peretz, uma neuropsicóloga da Universidade de Montreal, Canadá, sugere que "apenas os seres humanos têm uma inclinação natural e inata em atribuir valor à música". Será que isto é verdade?

A perspectiva de Peretz está enraizada em uma longa tradição que atribui unicidade com respeito a tudo o que se refere à musicalidade humana – não apenas ao nosso gosto sonoro, mas também como a música soa para nós, como nós a percebemos ou mesmo como a construímos.

Propositores deste ponto de vista argumentam que a instrumentação musical humana é inigualável. Dizem que a extravagante variedade de meios pelos quais os seres humanos se expressam musicalmente não encontra comparações com qualquer outra espécie – usamos música para vender coisas, adorar a Deus, motivação pessoal ou por puro prazer, enquanto que mesmo um virtuoso pássaro canoro canta apenas por sexo ou para marcar seu território. Sob este ponto de vista, a música de outros animais, mesmo que coincidentemente parecida com a humana, é de fato nada mais do que um som servindo a uma função biológica específica. As descobertas de McDermott, aparentemente, encaixam-se nesta perspectiva.

Entretanto, alguns especialistas começam a questionar os ortodoxos. Sem dúvida, uma quantidade crescente de evidências sugere que a musicalidade humana não é assim tão especial e que, mesmo as espécies que desenvolveram uma musicalidade sem relação com os primatas, possuem vidas musicais ricas, permitindo-nos que aprendamos mais sobre a natureza e a origem da música se apenas nos sintonizarmos com elas.

O que é uma Canção?

Um dos primeiros pilares do conhecimento musical a cair foi a idéia de que apenas os humanos apreciassem a melodia. A maioria de nossas músicas é criada a partir de um grupo finito de notas que abrange uma oitava. Seja qual for a escala, notas são combinadas e recombinadas em padrões que chamamos de melodia. Quando ouvimos musica, o padrão de notas numa melodia é mais importante do que seu tom absoluto – sempre reconheceremos uma mesma melodia familiar, seja ela cantada por um adulto ou por uma criança. Pesquisadores musicais têm suspeitado que esta habilidade crucial fosse única em humanos, e alguns experimentos supostamente provaram isso. Pesquisadores descobriram que se uma canção fosse tocada para um estorninho, um pássaro mandarim ou pombos e depois fossem transcritos em uma oitava acima ou abaixo, as aves não ouviriam a mesma canção. Ao invés disso, aparentemente ouviam dois grupos diferentes de tons absolutos. Da mesma maneira, macacos capuchinhos que aprenderam a pegar sua comida após o som de uma canção, não reconheceram a sua "música de comida" se esta era transposta em uma oitava.

Em 2001, entretanto, um estudo de Anthony Wright e colegas da Universidade de Medicina do Texas, em Houston, colocaram essas descobertas em cheque. Descobriram que Macacos Rhesus eram capazes de reconhecer melodias transpostas em uma oitava inteira, sem grandes dificuldades – mas apenas quando eram submetidos à musicas infantis, como "Parabéns a Você", caracterizadas por fortes transições tonais. Quando Wright submeteu os macacos à músicas com melodias fracas, descobriu que os macacos não eram capazes nem de se lembrar das canções, quanto mais executar transposições. Experimentos anteriores, aponta Wright, usaram músicas atonais ou mesmo notas sem qualquer melodia, o que poderia explicar os resultados contraditórios. Aparentemente, pelo menos neste sentido, nossa habilidade musical não é tão diferente dos primatas, já que também temos certa dificuldade em reconhecer musica atonal, se ela se move para cima ou para baixo, na escala.

Também não estamos sozinhos na apreciação da essência de estilos musicais diferentes. Ava Chase, do Instituto Rowland, Na Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, tem demonstrado que as carpas podem saber a diferença entre música barroca e a música de John Lee Hooker, pressionando um botão com seus focinhos para diferenciar uma da outra. As carpas nem mesmo usam sons para sua comunicação, mas são reconhecidas por sua sensibilidade auditiva. Pardais da Ilha de Java podem não apenas distinguir entre Bach e Schoenberg, mas, como descobriu Shigeru Watanabe, da Universidade de Keio, no Japão, podem aplicar o que aprenderam sobre as diferenças entre música erudita e as músicas mais modernas, para diferenciar as belas melodias de Antonio Vivaldi e os sons mais tensos da musica atonal de Elliott Carter. Ao contrário dos macacos de McDermott, os pardais de Watanabe aparentemente demonstraram se envolver com a música, mostrando claras preferências pelos trechos mais belos e harmoniosos e escolhendo ouvi-los em vez de ficarem sentados em silêncio.

Estudos de espécies que fazem música, ou algo enganosamente semelhante a ela, também apostam na idéia da existência de criatividade musical fora de nossa própria espécie. Pássaros canoros, por exemplo, arranjam e rearranjam grupos específicos de notas para montar frases ou longos temas, semelhantes às nossas melodias. Alguns também variam ritmos, assim como a altura, das mesmas maneiras que fazemos.

Os sons de Baleias Jubarte aplicam os mesmos princípios que usamos. Combinam frases com 15 segundos de duração e constroem temas com cerca de 2 minutos. Finalizações fraseológicas podem corresponder, ritmicamente, com as rimas em nossas letras. Uma variedade de temas que podem fazer uma música de talvez 12 minutos de duração, que pode ser repetida várias vezes. O maior ciclo musical gravado de uma Baleia durou 21 horas.

A "musica" da foca é a mais estranha para os ouvidos humanos, se é que o seu som pode ser chamado de canção, segundo Tecumseh Fitch, um especialista em bioacústica, da Universidade de Saint Andrews, no Reino Unido. A vocalização complexa das "verdadeiras" focas e morsas inclui vibrações, cliques, raspas, grunhidos e um "marcante som parecido com um sino", diz o especialista.

Aves, baleias, focas e humanos compartilham não apenas canções complexas, mas a habilidade de aprendê-las – não são apenas pré-programados para produzir sons musicais de acordo com uma marca de tempo genética, como são muitos animais. Isso lhes confere uma criatividade adicional. Da mesma forma que grupos humanos possuem diferentes tipos de tradição musical, diferentes grupos de baleias possuem dialetos próprios, e é possível para uma influenciar o gosto das outras. Tem sido documentado mais de uma vez que um grupo social de baleias irá abandonar suas canções características em favor de sons novos de um grupo social estranho.

Todo esse debate nos deixa com uma difícil interrogação sobre a finalidade da música. Aqueles que argumentam em favor da unicidade da música humana dizem que a criamos por intermináveis e incontáveis motivos, enquanto que os animais cantam apenas em alguns contextos determinados e específicos. O canto de um pássaro é exclusivo aos machos e seu único propósito é seduzir sua parceira e proteger o território. Semelhantemente, baleias somente cantam em zonas de reprodução em uma época específica do ano. Mais ainda, animais nunca cantam para eles mesmos, enquanto que humanos podem sentar sozinhos e murmurar, cantar, batucar um bumbo ou dedilhar uma guitarra por horas a fio.

O argumento contrário sustenta que não há diferença absoluta entre seres humanos e outros animais, isto seria apenas uma questão de perspectiva. De acordo com Fitch, limitações da música humana são subestimadas e aquelas existentes na música dos animais são freqüentemente superestimadas. Sexo, vínculo social e competição podem não ser a explicação de toda a música humana, mas certamente motivam muito dela. Mais ainda, uma quantidade substancial da música humana tem uma aplicação específica – pense na marcha nupcial, músicas fúnebres, hinos dos times de futebol e músicas parecidas. Com relação ao mundo animal, baleias foram ouvidas fora dos seus locais de reprodução, e algumas vezes aves são ouvidas vocalizando suavemente para si mesmas, em algo que se parece incrivelmente com os ensaios musicais humanos. Da mesma forma, não são apenas os pássaros canoros machos que cantam – em algumas espécies, machos e fêmeas até fazem duetos. E assim como não há dúvida de que o canto destes pássaros é usado para a comunicação com parceiros e rivais, sabe-se que ele possui outros papéis. O canto pode ser usado como senha ou como vínculo social para um grupo de animais. "Mesmo no escopo de uma única espécie, o canto funciona de diversas maneiras", diz Fitch.

O Princípio do Prazer.

Então, o que dizer sobre a afirmação de que somente os seres humanos se deleitam da música? Sem contar o prazer perverso que sentimos ao ouvir melodias melancólicas, provavelmente a razão mais importante para que nos interessemos pela música é porque ela nos proporciona uma sensação de bem estar. Monitoramentos cerebrais mostram que a sensação de euforia proporcionada pela audição musical é acompanhada por atividades nas mesmas áreas cerebrais que respondem às gratificações geradas pela comida, pelo sexo e pelas drogas psicotrópicas. Robin Dumbar, da Universidade de Oxford, tem estudado as maneiras como o canto em grupo e o toque de tambores fazem as pessoas se sentirem. "A atividade musical parece produzir cargas de endorfina, as quais presumimos que produzem em você a excitação em participar dessas atividades que, fora de contexto, pareceriam estranhas", ele diz.

Claro que não podemos perguntar a um animal como ele está se sentindo, mas alguns pesquisadores argumentam que pássaros somente cantam quando seus níveis hormonais estão altos, implicando na noção de que eles não seriam nada mais do que autômatos alados capazes de fazer sons. Fitch, por sua vez, não está convencido. "Pássaros cantam, provavelmente, porque isso os faz se sentirem bem – cumprir os impulsos biológicos geralmente faz com que os seres vivos se sintam bem", ele diz. Ele traça um paralelo entre o sexo e os motivos pelos quais o fazemos. "A razão crucial é a produção de descendentes, e isto é, definitivamente, parte da história", ele diz. "Porém, também o praticamos porque faz com que nos sintamos bem. Esta é uma motivação válida! Fazemos sexo com maior freqüência quando nossos níveis hormonais estão altos, e menos quando estão baixos – isso também é um motivo".

A perspectiva de que os pássaros têm prazer em cantar é sustentada por um estudo publicado em 2006 por Erich Jarvis e colegas do Centro Médico Universitário em Durham, Carolina do Norte. Descobriram um aumento nos níveis de dopamina em pássaros canoros machos, no momento em que cantavam. Os níveis aumentavam especialmente quando cantavam para uma fêmea. Dopamina, reconhecida como o neurotransmissor do bem-estar, é importante para o aprendizado. Ainda não está claro o papel que desempenha nos pássaros canoros, diz Jarvis, mas suspeitamos de que sua função primária seja a de induzir um reforço na aprendizagem e sua função secundária pode ser a de criar uma sensação de euforia.

Improvisação Musical dos Chipanzés Pigmeus.

Bill Fields, do "Great Ape Trust", na cidade de Des Moines, no Estado de Iowa, concorda que não são apenas os humanos que se sentem bem com a música. Acompanhado de Sue Savage-Rumbaugh e outros, está envolvido em um projeto ainda em andamento que explora os gostos musicais e habilidades de linguagem treinada dos Chipanzés Pigmeus, incluindo o famoso Kanzi e a fêmea Panbanisha. Uma seção musical no Great Ape Trust geralmente envolve performances ao vivo de músicos locais, mas os animais já improvisaram com celebridades como Peter Gabriel e Paul MacCartney. Os chipanzés podem escolher entre instrumentos como xilofone, tamborim, gaita e maraca, mas geralmente se concentram em apenas um deles durante a seção – Panbanisha gosta dos teclados, enquanto que Kanzi prefere a bateria (apesar de gostar de tocar o piano, de uma maneira mais percussiva). O resultado é um trabalho cooperativo, envolvendo humanos e chipanzés em um vai-e-vem bastante emocionante. A cada vez que os primatas se dedicam às seções musicais, diz Fields, "eles mudam de fisionomia por dias a fio". A música parece relaxá-los.

Provavelmente a similitude entre esses macacos aculturados e nós humanos não seja tão surpreendente. Afinal, chipanzés pigmeus ou os chipanzés comuns possuem características biológicas semelhantes às nossas. Chipanzés podem não cantar como seus primos primatas, os macacos Gibões, tão famosamente fazem, mas Flitch acredita que as origens da instrumentação musical podem ser encontradas em seu comportamento na selva, onde eles regularmente batucam em objetos naturalmente ressonantes, como nas partes mais resistentes das árvores. Alguns pesquisadores até imaginam que, como as baleias, grupos de chipanzés possuem práticas culturais distintas em relação aos batuques e vocalizações.

Apesar de tudo isso, a visão tradicional relacionada à limitação da musicalidade dos animais ainda prevalece, e muitos especialistas conservam-se convencidos de que a musicalidade humana é única. Todavia, existem alguns sinais de que as coisas estão mudando. McDermott, Hauser e Fitch são unânimes em afirmar que os componentes musicais provavelmente se desenvolveram de maneiras diferentes em épocas diferentes – e é simplesmente no "onde" e "quando" que estes pesquisadores discordam. Eles também concordam que ainda há muito a ser descoberto sobre as similaridades e diferenças entre os humanos e outros animais. Peixes podem ser capazes de diferenciar a música barroca do blues, por exemplo, mas eles distinguem entre esses estilos musicais de maneiras semelhantes as nossas e, se assim for, como isso acontece?

Pelo menos para os macacos de McDermott, um mistério já foi resolvido. Dada a sua indiferença pela música, por que eles preferem as canções de ninar ao som do Techno? Suspeitando que essa preferência tenha maior relação com uma resposta genérica ao andamento da música do que um discernimento de estilo, McDermott e Hauser ofereceram a eles uma escolha entre uma trilha sonora de 60 batidas por minuto e uma de 400. Com toda a certeza, os macacos optaram pela faixa de andamento mais lento. No mundo natural, os pesquisadores apontam, uma seqüência rápida de sons freqüentemente acontece em situações negativas, como lutas e tempestades. Deste modo, mais uma vez, a faixa mais rápida poderia simplesmente sugerir o tum-tum-tum de um coração pulsando ferozmente.

Christine Kenneally

------------------

Fonte: Revista New Scientist, vol. 197, nr. 2644 (23 de fevereiro de 2008), pp. 29-32
Artigo original disponível on-line em http://www.newscientist.com/channel/life/mg19726441.300-music-special-are-animals-naturally-musical.html


-----------------

Tradução: Adrian Theodor (março/2008). Revisão: Levi de Paula Tavares.