MySpace Layouts

quinta-feira, 29 de abril de 2010

ENSINANDO MÚSICA MUSICALMENTE


O livro Ensinando Música musicalmente, do educador musical Dr. Keith Swanwick, é o resultado de muitos anos de experiência em ensino e pesquisa em educação musical, e vem preencher uma grande lacuna no mercado de livros especializados no ensino de música e em educação musical, oferecendo uma série de fundamentos importantes para que o profissional da área possa desenvolver procedimentos didáticos e currículos que contemplem o poder mágico da música em todas as suas dimensões e possibilidades estéticas e criativas.

O Prof. Keith aborda questões atuais e importantes para orientar o trabalho diário do educador musical no que concerne ao dilema entre o popular e o erudito, o formal e o informal, à avaliação em música, à atitude do professor em relação à música que o aluno faz fora da sala de aula, à escolha e à forma de lidar com o repertório musical. É indicado para "aqueles músicos que também se consideram professores", conforme o próprio autor afirma na introdução, assim como para pessoas da área de
psicologia da música e cognição em música.

de Keith Swanwick
Em parceria com a Coordenadoria Pedagógica da
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP)


O autor
Keith Swanwick é professor emérito do Instituto de Educação da Universidade de Londres, foi o primeiro professor titular de Educação Musical e diretor de pesquisa na Europa. Formou-se com honras no Royal Academy of Music, onde estudou trombone, piano, órgão, composição e regência.
Foi editor do British Journal of Music Education, com John Paynter; o primeiro presidente da British National Association for education in the Arts, chefe do Music Education Council (Inglaterra); professor visitante na University of Washington e professor conselheiro no Institute of Education de Hong Kong.
Seus compromissos internacionais incluem encontros e palestras na Nova Zelândia, Austrália, Finlândia, Suécia, Noruega, Holanda, Espanha, Chipre, Canadá, Singapura, Islândia, Estados Unidos, Brasil,Portugal e Jamaica.


Confiram!! =]

domingo, 25 de abril de 2010

O que é semiótica da música?


Quando se questiona qual é o significado da música pode-se encontrar diversas respostas, tais como: 'a música não tem significado', 'a música significa formas e sentimentos', 'a música significa as emoções', etc. Cabe entender, primeiramente, o que se quer dizer com 'significado'; em segundo lugar, como a música manifesta idéias, formas, movimentos ou emoções; finalmente, como os ouvintes recebem e interpretam os sinais acústicos e seus significados. A ciência que vai buscar respostas para essas perguntas é a semiótica da música.

Semiótica é a ciência que estuda as formas e os processos de significação. Em linguagem técnica, a semiótica investiga toda e qualquer forma de semiose (a ação dos signos ou o processo de significação). Por sua vez, a semiótica da música é a ciência que estuda o significado musical: das bases acústicas à composição, das obras à percepção; da estética à musicologia, etc. Na verdade, questões de significação são tão antigas como a própria música. Músicos e filósofos de todas as épocas e culturas se preocuparam com essas questões. Porém, só mais recentemente é que as investigações nessas áreas fizeram uso das teorias semióticas modernas.

Fonte: http://www.pucsp.br/pos/cos/rism/oqesemus.htm

Links sobre semiótica da música e outros sites relacionados:
Páginas pessoais:

Bernard Bel - Universite de Provence (Aix-Marseille)
http://perso.wanadoo.fr/bel/bernard.htm

William Dougherty - Drake University
http://www.drake.edu/artsci/Music_Dept/dougherty_homepage.html

Umberto Eco

http://www.argyroneta.com/eco/index.html

Robert Hatten - Indiana University
http://theory.music.indiana.edu/faculty/rh.html

David Lidov - University of York
http://www.yorku.ca/faculty/academic/lidov/
http://www.yorku.ca/finearts/faculty/profs/lidov.htm

Arlindo Machado - PUC-SP

http://www.pucsp.br/~cos-puc/arlindo/index.html

José Luiz Martinez - PUC-SP
http://www.pucsp.br/~cos-puc/rism/martin-p.htm

Philip Tagg - University of Liverpool
http://www.taggs.freeserve.co.uk/

Eero Tarasti - University of Helsinki
http://www.music.helsinki.fi/mtl/tarasti.html

Lúcia Santaella - PUC-SP
http://www.pucsp.br/~lbraga

Göran Sonesson (general and visual semiotics) - Lund University
http://www.arthist.lu.se/kultsem/sonesson/CV_gs.html

Artigos em revistas eletrônicas:

Music Theory Online
http://boethius.music.ucsb.edu/mto/mtohome.html

MTO Archives:

Toward a Semiotic Evaluation of Music Analyses by Roeder, John
MTO.1993.0.5
http://boethius.music.ucsb.edu/mto/issues/mto.93.0.5/mto.93.0.5.roeder.art

Semiotics and the Art Music of India by José Luiz Martinez
MTO 2000 6(1)
Frames:
http://boethius.music.ucsb.edu/mto/issues/mto.00.6.1/mto.00.6.1.martinez_frames.html
No frames:
http://boethius.music.ucsb.edu/mto/issues/mto.00.6.1/mto.00.6.1.martinez.html

Martinez's Concept of "Intrinsic Semiosis" by Raymond Monelle
MTO 2000 6(2)
http://boethius.music.ucsb.edu/mto/issues/mto.00.6.2/mto.6.2.monelle.html


The Semiotic Review of Books
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/index.html

SRB Archives:

Is Music Too Definite For Words? by Robert S. Hatten
(Review of Playing with Signs: A Semiotic Interpretation of Classic Music. By Kofi Agawu) Volume 3 (2)
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/srb/musicwords.html


Measures of Meanings by Naomi Cumming
(Review of Musical Meaning in Beethoven: Markedness Correlation, and Interpretation. By Robert S. Hatten) Volume 5 (3)
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/srb/measures.html


Toward a Universal Musicology by David Lidov
(Review of Music and Discourse: Towards a Semiology of Music. By Jean-Jacques Nattiez) Volume 3 (1)
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/srb/musicology.html


A Guidebook For Musical Semiotics by David Lidov
(Review of Linguistics and Semiotics in Music. By Raymond Monelle) Volume 5 (1)
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/srb/musical.html


Musical Narratology by William Echard
(Review of A Theory of Musical Semiotics. By Eero Tarasti) Volume 6 (3)
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/srb/music.html


Musical Semiotics in the 1990s: The state of the art by William Echard
Volume 10(3)
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/srb/musisem.html


OPUS
http://www.musica.ufmg.br/anppom/opus/index.html

Música, Semiótica Musical e a Classificação das Ciências de Charles Sanders Peirce - José Luiz Martinez
Opus 6
http://www.musica.ufmg.br/anppom/opus

ASSA - Applied Semiotics
http://www.chass.utoronto.ca/french/as-sa/index.html

Semiotics of Music - Eero Tarasti, Robert Hatten, Michael Spitzer, Raymond Monelle, Marta Grabocz, Erkki Pekkila, Raphael Brunner
ASSA 4, 1997
http://www.chass.utoronto.ca/french/as-sa/ASSA-No4/index.htm

Leonardo On-line

http://mitpress.mit.edu/e-journals/Leonardo/

To Be and Not To Be: Aspects of the Interaction Between Instrumental and Electronic Compositional Methods by Flo Menezes
http://mitpress.mit.edu/e-journals/Leonardo/isast/spec.projects/menezes/menezes.html


Ethnomusicology Online
http://research.umbc.edu/eol/

Cursos e outros textos on-line:

Cyber Semiotic Institute
Musical Gesture by Robert S. Hatten
http://www.chass.utoronto.ca/epc/srb/cyber/hatout.html

Philip Tagg's Online Texts
shttp://www.taggs.freeserve.co.uk/texts.html

Euromusicology
The Thesaurus musicarum italicarum (TMI) (an electronic corpus of Italian music treatises from the Renaissance and early Baroque in multimedial transcription and in digital facsimile)
http://www.euromusicology.org/tmiweb/tmiweb.htm

"Singing" and related articles by Owen Jander and Henry Pleasants in The New Grove Dictionary of Music and Musicians
http://www.geocities.com/Vienna/Strasse/2200/


Second edition of The New Grove Dictionary of Music and Musicians, paper and electronic
http://www.grovemusic.com/

Instituições de Pesquisa:

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música
http://www.musica.ufmg.br/anppom/

Centro de Documentação de Música Contemporânea
Coordenação: José Augusto Mannis - UNICAMP
http://www.unicamp.br/cdmc/

Musical Signification Project
http://www.music.helsinki.fi/musigpro/main.html

Society for Ethnomusicology
http://www.indiana.edu/~ethmusic/

American Musicological Society
http://www.sas.upenn.edu/music/ams/

Society for Music Theory
http://boethius.music.ucsb.edu/smt-list/smthome.html

IRCAM
Institute de Recherche et Coordination Acoustique / Musique
http://www.ircam.fr/index1.html

Revistas impressas:

Intégral - Eastman School of Music (University of Rochester)
http://theory.esm.rochester.edu/integral/

Indiana Theory Review - Graduate Theory Association of the Indiana University School of Music
http://theory.music.indiana.edu/gta/itr.htm

Leonardo Music Journal
http://mitpress.mit.edu/e-journals/Leonardo/lmj/sound.html

Software:

Bol Processor BP2 by Bernard Bel - An unrivalled music composition software package for the Apple Macintosh® working with Csound, MIDI and QuickTime Music.
http://members.fortunecity.com/bel2/music/index.html#features

Software at IRCAM
http://www.ircam.fr/produits/logiciels/index-e.html


Semiótica geral:

Arisbe: directed by Prof. Joseph Ransdell
A philosophical website, providing coordinated access to the resources on the internet relevant to the life, work, and continuing interest in the American philosopher, scientist, and humanist Charles Sanders Peirce.
http://www.door.net/arisbe/

IASS-AIS
International Association for Semiotic Studies -- Association Internationale de Sémiotique
http://vhf.msh-paris.fr/escom/AIS/

Centre for Applied Semiotics
http://www.indiana.edu/~sign/

Peirce Edition Project
http://www.iupui.edu/%7Epeirce/web/index.htm

Semiotics According to Robert Marty
http://www.univ-perp.fr/web/RCH/LSH/SEMIOTICS/MARTY/marty.htm

International Semiotics Institute - directed by Eero Tarasti
http://www.helsinki.fi/~mrossi/

Outros sites informativos:

Sites of Significance for Semiotics - Pascal Michelucci
http://www.chass.utoronto.ca/french/as-sa/EngSem1.html

The Classical Music Email List Directory
http://www.netaxs.com/~jgreshes/lists/cd.html

terça-feira, 13 de abril de 2010

Lei 11.769, de 18/08/2008.


Lei 11.769, de 18/08/2008.

Francisco de Salles Almeida Mafra Filho

Sumário: Introdução. Base da Legislação Federal do Brasil: Lei ordinária. Ementa. Referenda. Veto. Classificação de Direito. Lei 11.769/08. Vigência. Lei 9.394/96. Artigo 26. Conclusão.

Introdução.

Este é mais um estudo das novidades legislativas ocorridas no Brasil. Ao mesmo tempo, busca-se fornecer idéias conceituais básicas a respeito dos termos legais.

Base da Legislação Federal do Brasil:

Lei ordinária.

A Lei 11.769, de 18/08/2008 é uma lei ordinária.

Lei ordinária é a norma jurídica[1] criada pelo Poder Legislativo[2] no exercício de suas atividades corriqueiras e típicas. As leis ordinárias são votadas por meio de processo ordinário e se sujeitam à sanção[3] ou ao veto presidencial[4].

A lei considerada ordinária é a lei comum, é a lei habitual. Lei, por sua vez, é regra a que todos são submetidos que exprime a vontade imperativa do Estado. Norma jurídica obrigatória, de efeito social, emanada do poder público[5] competente. Ato normativo aprovado pelo Poder legislativo e sancionado pelo Presidente da República. (CF/88, artigos 61 a 68). [6]

A lei ordinária distingue-se da lei complementar, que regula determinação da Constituição Federal. A Constituição Federal, por sua vez, é a “lei básica” ou a “lei maior”.

A Lei 11.769 foi publicada no Diário Oficial da União[7] de 19/08/2008, na Seção I, página 1. Seu endereço na internet é:

“https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm”

Ementa.

A ementa da Lei 11.769 é a seguinte:

“Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica”. [8]

Referenda.

A referenda à Lei 11.769 foi dada pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da assinatura do Ministro Fernando Haddad.

Veto.

A Mensagem 622, de 18/08/2008, contém o comunicado ao Presidente do Senado Federal do veto parcial do Presidente da República ao Projeto de Lei 2.732, de 2008 (Câmara dos Deputados), 330, de 2006 (Senado Federal) que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.

O Ministério da Educação manifestou-se pelo veto ao artigo 2º do projeto de lei. Isto porque o artigo vetado acrescentava parágrafo único ao artigo 62 da Lei 9.394 com a previsão de que o ensino da música seria ministrado por professores com formação específica na área.

Nas razões do veto está explicado que é necessário esclarecer o significado da expressão ‘formação específica na área’. Isto pelo fato de a música ser no Brasil prática social com diversos profissionais praticantes reconhecidos em todo o País sem formação acadêmica ou oficial. Esses profissionais estariam impossibilitados de ministrar tal conteúdo na maneira em que este dispositivo está proposto.

Além disto, a exigência extrapola a definição de uma diretriz curricular e estabelece, sem precedentes, formação específica para a transferência de um conteúdo.

Classificação de Direito.

A classificação de Direito da Lei 11.769 é um tanto confusa e carece ser explicada. São estabelecidas as seguintes matérias: 1) Direito Constitucional; 2) Direitos Fundamentais; 3) Direitos primordiais; 4) Garantias asseguradas aos cidadãos e associações; 5) Direitos do homem; 6) Liberdades fundamentais; 7) Direitos políticos; 8) Liberdade de ensino e estudo.

Ao que parece, todos os aspectos podem ser considerados como parte de uma só classificação: Direito Constitucional.

Lei 11.769.

O Congresso Nacional decretou e o Presidente da República sancionou a Lei 11.769, em 18/08/2008.

O artigo 1º da Lei 11.769 acrescentou ao artigo 26 da Lei 9.394, de 1996 um parágrafo (§6º).

O artigo 2º foi vetado, conforme as explicações à Mensagem 622, de 2008.

O artigo 3º determina que os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1o e 2o da mesma Lei.

Vigência.

O artigo 4º previu a sua vigência na data de publicação da Lei. Esta se deu no D.O.U. de 19.08.2008.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Convite - Ópera Orfeo e Eurídice de C. W. Gluck‏


Dor Oncológica: A Música Como Terapia Complementar na Assistência de Enfermagem


O potencial da música para auxiliar na cura tem sido reconhecido por milhares de anos. Relatos históricos e mitológicos comprovam isso. Platão e Pitágoras na Grécia antiga descreviam a música como um recurso capaz de harmonizar o ser humano. NIGHTINGALE (1989), já em 1859, mencionava o uso da música como um cuidado à saúde.

Durante os primeiros anos do século XX, a música, ganhou maior força nos hospitais com o retorno dos veteranos da I e II Guerras Mundiais. Nesse período o papel da Enfermagem foi preponderante para a musicoterapia e sua projeção enquanto profissão nos E.U.A.

Isa Maud Ilsen, musicista e enfermeira foi a responsável pela criação da Associação Nacional de Música nos Hospitais, além de pioneira no ensino de musicoterapia na Universidade de Columbia.

Ilsen considerava a música como um caminho para aliviar a dor em pacientes cirúrgicos e naqueles com doenças físicas (DAVIS, GFELLER, THAUT, 1992). Seus passos foram seguidos por outra enfermeira, Harriet Ayer Seymour que utilizava a música com efeitos benéficos nos soldados feridos, e dedicou-se ao estudo e à prática da terapêutica musical(RIBAS, 1950).

A musicoterapia é bastante ampla e pode ser definida, para a Enfermagem, como a utilização criteriosa da Música, enquanto recurso complementar no cuidado ao ser humano, visando a restauração do equilíbrio possível, do bem-estar e, em muitos casos, a ampliação da consciência individual no processo saúde-doença.

A música na prática da Enfermagem tem sido apontada como recurso terapêutico complementar no manejo e controle da dor aguda e crônica. Em 1977, foi iniciado o primeiro Programa em musicoterapia num serviço de cuidados paliativos do Royal Victoria Hospital para atender as necessidades dos pacientes terminais e de seus familiares (MUNROE;MOUNT, 1978), abrangendo as dimensões física, mental/psicológica, social e espiritual:

FÍSICA:

Promove relaxamento muscular; quebra o círculo vicioso da dor crônica por aliviar a ansiedade e depressão e, portanto, altera a percepção dolorosa ; facilita a participação em atividades físicas de acordo com as possibilidades individuais.

MENTAL E PSICOLÓGICA:

Reforça a identidade e o auto-conceito; altera o estado de ânimo do paciente; auxilia o paciente a lembrar de eventos significativos do seu passado; promove a expressão não verbal de sentimentos, inclusive inconscientes; favorece a fantasia.

SOCIAL:

Funciona como ponte entre as diferenças culturais e o isolamento; promove a oportunidade de participação em grupo; promove entretenimento e diversão.

ESPIRITUAL:

Facilita a expressão de sentimentos espirituais e promove conforto espiritual; auxilia na expressão de dúvidas, raiva, medo e questões relacionadas ao significado da vida e sua finitude.

Segundo BONICA (1980), aproximadamente 60%-80% dos pacientes com câncer admitidos nos hospitais em estágios avançados da doença sofrem de dor crônica associada ao câncer.

McCAFFERY (1990) indica o uso da música, entre outros métodos, como uma abordagem não farmacológica efetiva para o controle da dor, por se caracterizar como um método de distração e estar entre as estratégias mais eficazes além de apresentar um alto nível de aceitabilidade pelos pacientes.

HICKS (1992) analisando diversos trabalhos de outros autores enfatiza que a música além de reduzir a tensão e diminuir a dor , promove ainda melhora do sono e constitui também um método de distração (MUNROE; MOUNT, 1978; MacCLELLAND, 1979; LOCSIN,1981; MOSS, 1988; MORNHINWEG; VOIGNIER, 1995).

GOOD (1995) estudando os efeitos do relaxamento e da música em 84 pacientes submetidos à cirurgia abdominal observou que 89% do grupo experimental, após dois dias de intervenção, referiu diminuição de dor e ansiedade.

OWENS ; EHRENREICH (1991) revisando a literatura sobre métodos não farmacológicos sobre o tratamento da dor crônica relatam que as pesquisas indicam que a música afeta todos os maiores sistemas do corpo. Referem ainda outros benefícios da musicoterapia em estudos com pacientes com dor aguda, citando o estudo de Herth que em seus achados identificou uma diminuição de 30% do uso de medicações analgésicas quando a música foi utilizada.

ZIMMERMAN et al. (1989) submeteram pacientes com dor oncológica, que recebiam medicação analgésica de horário ( 50% usando morfina), a ouvirem música com sugestão positiva de que haveria uma redução da dor. Em comparação a um grupo controle encontraram diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos. Os pacientes que ouviram música apresentaram uma redução da dor com significativa diminuição nos escores do Questionário McGill (componente afetivo) e da Escala Analógica Visual (VAS).

Nossa experiência no cuidado de mulheres com diagnóstico de fibromialgia (embora seja dor crônica não oncológica) tem demonstrado que por meio da audição musical erudita há uma redução significativa da dor crônica referida por essas pacientes além de proporcionar uma experiência muito rica, pois além do alívio da dor, diversos aspectos subjetivos emergem, tais como alterações nos estados de ânimo, facilitação da introspecção, visualização de imagens e sensações estéticas, demonstrando que sua utilização e compreensão merecem ser ampliados (DOBBRO, 1998).

Frente às considerações sobre a utilização da música em oncologia acreditamos que Programas em Musicoterapia constituem um campo a ser desenvolvido pelos enfermeiros tendo em vista a gama de possibilidades terapêuticas, que nos permitirá ir ao encontro de diversos objetivos, destacando-se entre eles: o manejo e o controle da dor crônica, a minimização dos efeitos desagradáveis decorrentes da quimioterapia, a redução da ansiedade e depressão e também o favorecimento da experiência integradora que facilita o conforto espiritual e promove dignidade na fase que antecede o término do ciclo vital desses pacientes.

Vale ressaltar que a utilização da música na Assistência de Enfermagem ainda nos é uma atividade incipiente que merece o desenvolvimento de pesquisas para aprofundarmos nossos conhecimentos nessa área e então podermos otimizar os seus efeitos terapêuticos, estabelecendo critérios de utilização confiáveis e, proporcionarmos assim, melhor qualidade de vida aos pacientes oncológicos.

Referências Bibliográficas

BONICA, J.J. Cancer pain. In: J.J. BONICA (Ed.) Pain. (pp.335-362) . New York: Raven Press.

COSTA, C.M. O despertar para o outro - musicoterapia. São Paulo, Summus, 1989.

DAVIS, W.B.; GFELLER, K.E.; THAUT, M.H. An introduction to music therapy theory and practice. Dubuque, WCM Publishers, 1992.

DOBBRO, E.R.L. A Música como terapia complmentar no cuidado de mulheres com fibromialgia. São Paulo, 1998. 153p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem , Universidade de São Paulo.

GOOD, M. A comparison of the effects of jaw relaxation and music on postoperative pain. Nursing Research., v. 44, n.1, p. 52-7, 1995.

HICKS, F. The power of music. Nursing Times, v.88, n.41, p-72-4, 1992.

LOCSIN, R.G. The effect of music on the pain of selected postoperative patients. Journal of Advanced Nursing, v.6, n. 1, p. 19-25, 1981.

McCAFFERY, M. Nursing approaches to nonpharmacologial pain control. International Journal of Nursing Studies., v.27, n.1, p.1-5, 1990.

MacCLELLAND, D.C. Music in the operating room. AORN Journal, v. 29, n.2, p.252-60, 1979.

MORNHINWEG, G.C.; VOIGNIER, R.R. Holistic Nursing Interventions. Orthopaedic Nursing, v.14, n.4., p. 20-4, 1995.

MOSS, V.A. Music and the surgical patients. AORN Journal, v. 48, n.1, p.64- 9, 1988.

MUNROE, S.; MOUNT, B. Music therapy in paliative care. CMAJ, v. 119, n.4, p. 1029-34, 1978.

NIGHTINGALE, F. Notas em enfermagem: o que é e o que não é. São Paulo, Cortez, 1989.

OWENS, M.K.; EHRENREICH, D. Literature review of nonpharmacologic methods for the treatment of chronic pain. Holistic Nursing Practice, v.6, n.1, p.24-31, 1991.

RIBAS, J.C. Música e Medicina. São Paulo, Neurônio, 1950.

ZIMMERMAN, L. et al. Effects of music in patients who had chronic cancer pain. Western Journal of Nursing Research, v.11, n.3, p.298-309, 1989.


>Eliseth Ribeiro Leão

- Enfermeira e Terapeuta Floral.
- Mestre e Doutoranda da EEUSP.
- Ex-colaboradora do Grupo de Dor do HCFMUSP e dos Programas de Educação em Dor do IOTHCFMUSP.
- Assessora de Pesquisa Científica do Hospital Samaritano

Fonte: Publicado originalmente em http://www.hospitalsamaritano.com.br/boletimcentroestudos/1/doroncologica.htm